SP supera recorde em doação de órgãos
Restando pouco mais de dois meses para 2009 terminar, o Estado de
São Paulo já conseguiu superar o total de doadores de órgãos registrado
no ano passado. É o que aponta o mais recente balanço da Secretaria de
Estado da Saúde com base nos dados da Central Estadual de Transplantes.
Até
13 de outubro deste ano foram contabilizados 543 doadores viáveis (que
tiveram um ou mais órgãos aproveitados para transplante) em todo o
Estado, número 11,7% superior ao registrado entre janeiro e dezembro de
2008, quando houve 486 doadores, melhor marca até então.
O número
de órgãos transplantados neste ano já chega a 1.443, maior do que as
1.395 cirurgias realizadas ao longo do ano passado inteiro. Até 13 de
outubro houve 77 transplantes de coração, 98 de pâncreas, 801 de rim,
443 de fígado e 24 de pulmão.
O crescimento é fruto do
aprimoramento do trabalho de captação nos hospitais e da implantação de
um novo projeto que criou coordenadores intra-hospitalares de doação e
transplante em 31 hospitais da rede estadual paulista. Esses
profissionais têm como função identificar pacientes que possam ser
potenciais doadores e acompanhar o processo de realização de exames para
viabilizar a doação.
Batizado de "Doar São Paulo" o projeto
garante remuneração extra de aproximadamente R$ 4 mil por mês aos
médicos, que foram indicados pela direção dos hospitais e treinados pela
Secretaria. Os coordenadores, que já eram funcionários das unidades,
são em geral médicos intensivistas ou neurologistas, escolhidos por
terem bom relacionamento com os demais profissionais e conhecimento das
rotinas dos hospitais.
O papel dos coordenadores
intra-hospitalares é realizar visitas diárias a setores como UTIs,
terapias semi-intensivas, recuperação pós-anestésica e pronto-socorro
para verificar a existência de pacientes com suspeita de morte
encefálica, condição essencial para a doação, conversar com os chefes de
equipe e auxiliar na abertura de protocolos para a comprovação do
óbito.
A cada notificação de potencial doador realizada pelo
hospital participante do projeto, uma mensagem é enviada automaticamente
ao telefone celular do médico da Central de Transplantes responsável
pelo projeto, que acompanha tudo o que está acontecendo.
Os
coordenadores também monitoram a realização dos exames clínicos e do
exame gráfico para constatação da morte encefálica, mantêm contatos
regulares com as Organizações de Procura de Órgãos e a Central de
Transplantes e preenchem um relatório para cada notificação de potencial
doador. Todos os meses eles irão participar de uma reunião com
representantes da Secretaria com objetivo de discutir medidas para o
aprimoramento do trabalho.
"Com auxílio da população e a
colaboração dos hospitais, que estão mais atentos à notificação de
potenciais doadores, estamos obtendo resultados cada vez melhores nesta
área e ajudando a salvar muitas vidas", afirma Luiz Roberto Barradas
Barata, secretário de Estado da Saúde.