No Dia Mundial do Idoso, veja dicas para um envelhecimento saudável
Audição - Para o geriatra do HC Leonardo
Lopes, o diagnóstico precoce da perda auditiva evita a evolução,
minimizando o impacto negativo que essa alteração traz para a vida do
idoso. Segundo ele, pesquisas internacionais apontam que a partir dos 65
anos 18% dos idosos começam a ter queixas auditivas. "Com o passar da
idade o problema se agrava, atingindo cerca de 30% dos idosos com 80
anos e 50% daqueles com 90 anos ou mais", informa.
Ainda segundo o
especialista, na terceira idade sons de alta freqüência (música, voz
feminina ou de criança, sons ambientes como canto de pássaros) vão
ficando difíceis de serem identificados.
Uma das principais
causas de perda auditiva está ligada à exposição a ruídos excessivos.
"Pessoas que passaram grande parte da vida expostas a barulhos,
principalmente no trabalho e sem o uso de proteção adequada, tendem a
ter mais problemas", alerta Lopes. A avaliação periódica para controle
de doenças como hipertensão, diabetes e obesidade também é fundamental
para proteger a audição.
Visão - Os problemas oculares mais
comuns relacionados à terceira idade são: catarata, glaucoma e
retinopatia diabética. Dra. Érika Satomi, lembra que com o
envelhecimento humano a produção de lágrimas diminui e a musculatura do
olho enfraquece. De acordo com ela, não existe uma idade específica para
desencadear perdas da visão, mas existem medidas que ajudam a prevenir o
problema, tais como: evitar fumar; usar óculos de sol; e controlar
doenças como diabetes e hipertensão.
Paladar e Olfato - Antes dos
65 anos, somente 2% das pessoas têm queixas relacionadas à falta de
paladar e olfato. De acordo com a geriatra do HC, Sumika Mori Lin, o
número sobe para 30% entre pessoas de 70 e 80 anos. "A partir dos 80
anos, a perda desses dois sentidos atinge cerca de dois terços dos
idosos", explica.
A doutora ressalta que a perda de peso relacionada
à diminuição de paladar é muito comum. "Idosos que antes se alimentavam
com prazer passam a não ter mais vontade de comer, podendo levar a um
estado de desnutrição, não só pela perda de paladar e olfato, mas também
por outras alterações naturais do envelhecimento", afirma.
"Manter
uma boa higiene oral, evitar o fumo e bebidas alcoólicas são medidas
que ajudam a conservar a sensibilidade ao longo dos anos", ressalta a
médica.
Tato - Com o avanço da idade, há uma redução da
sensibilidade da pele à dor. Diferenças entre quente e frio também
ficam difíceis de serem identificadas, aumentando o risco de lesões por
queimaduras.
Para prevenir acidentes na terceira idade, é
recomendado cuidados com a temperatura máxima da água e com o fogo.
Atenção a possíveis lesões no corpo também são importantes, pois com a
diminuição do tato, o idoso fica privado do principal sinal de que algo
está errado, a dor.
Equilíbrio - Apesar de não ser um dos cinco
sentidos humanos, para o professor titular de Geriatria do Hospital das
Clínicas, Wilson Jacob, o equilíbrio também deve ser encarado como um
sentido vital na terceira idade, pois o medo de quedas podem levá-los a
não sair de casa. Segundo o geriatra Antonio Carlos Pereira Barretto
Filho, pesquisador nas áreas de tontura, equilíbrio e quedas do idoso,
13,6% dos idosos que procuram a geriatria do HC se queixam de tonturas.
"A perda de equilíbrio está ligada a outras doenças e não faz parte do
envelhecimento normal", informa. Além da prática de atividades físicas,
doutor Antonio Carlos ressalta a importância de cuidar da visão, pois é
um dos componentes mais importantes do equilíbrio.