SP ganha pacote de combate à mortalidade infantil
A Secretaria de Estado da Saúde inicia neste ano o maior
programa de combate à mortalidade infantil e materna já criado no Estado
de São Paulo. O projeto tem como pilares o investimento em capacitação
de médicos e enfermeiras que atuam nas maternidades públicas, aquisição
de equipamentos para melhoria da assistência hospitalar e distribuição
de materiais de orientação às gestantes e aos municípios paulistas.
Para
a implementação das ações, a pasta utilizará como base projeto-piloto
iniciado em 2008 na região de Sorocaba, que será estendido,
inicialmente, a outras quatro regiões consideradas prioritárias por
concentrarem as mais altas taxas de mortalidade materna e neonatal ou
por terem um grande número de municípios com índices de mortalidade
infantil superiores à média do Estado. São elas: Taubaté, Baixada
Santista, Vale do Ribeira e Bauru.
O programa prevê o treinamento
de cerca de 500 médicos e enfermeiras-obstetras do SUS (Sistema Único
de Saúde) por meio do curso Advanced Life Support in Obstetrics,
idealizado pela American Academy of Family Phisicians e ministrado no
país pela Also Brasil, com objetivo de qualificar esses profissionais
para o atendimento de emergências obstétricas. Os participantes dos
cursos serão submetidos a uma prova, que dará direito à certificação
daqueles que forem considerados aptos.
Também haverá treinamento
específico de pediatras da rede pública, em parceria com a Sociedade
Brasileira de Pediatria, com enfoque em reanimação neonatal. No total a
Secretaria pretende investir cerca de R$ 850 mil somente em
capacitações.
O investimento em reformas e modernização da
assistência hospitalar à gestante e ao parto será feito a partir de
inspeções de técnicos da Secretaria nas principais maternidades públicas
dessas regiões, com o objetivo de estabelecer um diagnóstico dos
principais problemas e definir os recursos materiais necessários para
essas unidades, como novos leitos de UTI neonatal, por exemplo.
A
Secretaria também irá distribuir, em todo o Estado, 400 mil exemplares
da "carteira da gestante", que conterá informações a serem preenchidas
sobre o atendimento realizado nas Unidades Básicas de Saúde e dicas
sobre cuidados durante a gestação, além de cinco mil manuais sobre
assistência pré-natal para os profissionais que trabalham nos postos de
saúde.
Os AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidade) que a
Secretaria está implantando no Estado irão concentrar a realização do
pré-natal de alto risco, para gestantes acima de 35 anos ou que
apresentem problemas como hipertensão e diabetes, por exemplo. Já são 15
os ambulatórios em funcionamento, e até 2010 serão 40 unidades, que
reunirão consultas com especialistas e exames em um mesmo local.
"Este
é um projeto ambicioso, que pretende proporcionar os elementos
necessários para que os municípios paulistas cuidem adequadamente de
suas gestantes, ofereçam atendimento de qualidade desde o pré-natal até o
pós-parto e, conseqüentemente, reduzam suas taxas de mortalidade
infantil e materna", diz o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto
Barradas Barata.