Homens com apnéia correm mais risco de ter osteoporose
Estudo inédito da Secretaria de Estado da Saúde realizado no
AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de Interlagos, zona sul de
São Paulo, aponta que os homens que têm apnéia
(parada repetida e temporária da respiração durante o sono) têm mais
risco de desenvolver osteoporose, em razão da baixa oxigenação do
sangue.
O levantamento receberá premiação durante o 19º Congresso
Europeu de Pneumologia, a ser realizado em setembro deste ano pela
European Respiratory Society, na Áustria.
Foram avaliados 36
pacientes, dos quais 16 homens e 20 mulheres, atendidos no ambulatório
entre setembro e dezembro de 2008. Eles passaram por exames como
polissonografia, densitometria óssea, peso, altura e aferição do índice
de massa corpórea.
Os resultados apontaram osteoporose ou
osteopenia (diminuição da densidade mineral óssea, numa proporção menor
que da osteoporose) em 55,5% dos pacientes, sendo 56,25% dos homens e
55% das mulheres.
Entre os homens foi possível estabelecer, por
meio da comparação entre os exames de polissonografia e densitometria,
uma relação direta entre a hipoxemia noturna (baixa oxigenação do
sangue) causada pela apnéia e a baixa densidade óssea do fêmur. Isto é,
constatou-se que quando a oxigenação caía, também havia diminuição de
massa óssea nos pacientes.
Já entre as mulheres essa correlação
direta não foi observada, prevalecendo a idade como fator preponderante
para a ocorrência de baixa densidade óssea do fêmur. O estudo
prosseguirá no ambulatório e a expectativa é avaliar cerca de 200
pacientes até 2010.
"Esse é um dado extremamente relevante, pois
demonstra a necessidade de os profissionais de saúde rastrearem a
possibilidade de osteoporose e risco de fraturas em pacientes com
diagnóstico de apnéia do sono", afirma o fisioterapeuta Rafael
Montenegro, um dos coordenadores do estudo.