sobre DENGUE


DENGUE
CID 10: a90

Doença febril aguda com amplo espectro manifestações clínicas, que podem variar desde formas assintomáticas a casos graves e fatais. Atualmente, trata-se da arbovirose (i.e., doença viral transmitida por vetores artrópodes) mais importante no Brasil e no mundo. Ocorre sobretudo nos países tropicais, cujas condições do meio favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, seu principal vetor, e do Aedes albopictus, considerado secundário. Fatores biológicos e ambientais, bem como aqueles relacionados à dinâmica social e à pressão seletiva sobre vetores e vírus, têm contribuído para o aumento da incidência em áreas endêmicas, para a ocorrência de surtos e de epidemias, assim como para a introdução do patógeno em novas regiões.

Abordagem

A avaliação deve conter história, antecedentes pessoais e familiares, medicamentos em uso, exame físico (incluindo pressão arterial em 2 posições, prova do laço e avaliação neurológica); complementação diagnóstica laboratorial quando indicado; classificação de risco, fase da doença e pesquisa por sinais de gravidade; notificação; manejo de acordo com a classificação.


Não há tratamento antiviral contra o vírus da dengue. Para alívio de sintomas como dores, febre, náuseas e vômitos deve-se utilizar medicações sintomáticas (paracetamol, dipirona, metoclopramida e dimenidrinato).  Anti-inflamatórios não esteroidais e salicilatos são contra-indicados na suspeita de dengue, qualquer que seja a fase da doença.

Definição de casos

Caso Suspeito

Dengue

Pessoa que viva ou que tenha viajado nos últimos 14 dias para área onde esteja ocorrendo transmissão de dengue ou tenha a presença de Aedes, que apresente febre, usualmente entre 2 e 7 dias, e apresente duas ou mais das seguintes manifestações:

Crianças provenientes ou residentes em área com transmissão de dengue, com quadro febril agudo, usualmente entre 2 e 7 dias, e sem foco de infecção aparente também podem ser consideradas suspeitas de dengue.

Dengue com sinais de alarme

É todo o caso de dengue que, no período de defervescência da febre, apresente um ou mais dos seguintes sinais de alarme:

Dengue grave

É todo caso de dengue que apresente um ou mais dos seguintes resultados:

Caso confirmado


É todo caso suspeito de dengue confirmado laboratorialmente (sorologia IgM, NS1, isolamento viral, PCR, imuno-histoquimica). Após a verigficação laboratorial da circulação viral na área, a confirmação é realizada por critério clinico-epidemiológico.

Serão considerados óbitos suspeitos de dengue aqueles que cumpram os critérios de definição de caso suspeito e que tenham morrido como consequência de dengue. Assim, todos os suspeitos de dengue cuja doença tenha iniciado a cadeia de acontecimentos patológicos que conduziu diretamente à morte, ou seja, tenham a dengue como causa básica do óbito, deverão, por conseguinte, ser considerados óbitos suspeitos de dengue. Suspeitos de dengue com comorbidades que evoluírem para óbito durante o curso da doença devem ser considerados suspeitos de óbito por dengue. A classificação independe do tempo de evolução da doença ou da duração de sua fase aguda.

Todos os óbitos suspeitos de dengue devem ser investigados conforme protocolo vigente. A confirmação dos óbitos por dengue será feita mediante os resultados da investigação e da realização de exames específicos, utilizando, portanto, o critério laboratorial.

Pacientes que cumpram os critérios de definição de caso suspeito e que tenham evoluído para óbito sem a realização de exames específicos devem ter seu encerramento discutido com o nível central.

Caso descartado

Todo caso suspeito de dengue que possui um ou mais dos seguintes critérios: