Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS-SP

A A A Tamanho do texto

A SECRETARIA DA SAÚDE E EMTU PROMOVEM TESTAGEM CONTRA SÍFILIS NA ESTAÇÃO JABAQUARA

O CRT DST/Aids-SP em parceria com a EMTU estará ofertando testagem para sífilis no próximo dia 27 de junho, na estação Jabaquara, Plataforma A, das 9 às 16h. Serão disponibilizados 500 testes e haverá distribuição de 7 mil preservativos masculinos, 3 mil preservativos femininos e 5 mil sachês de gel lubrificante.

 

O aumento dos casos de sífilis adquirida no estado de São Paulo é preocupante. De 2007 a 2015 foram notificados 113.004 casos de sífilis adquirida (SA) no estado de São Paulo (ESP). Ocorreu um aumento de 9,7 vezes do número de casos, de 2.685 em 2007 para 25.987 em 2015. A maior parte dos casos foi do sexo masculino (61,3%). A razão de sexo que era de 1,13 casos de sífilis em homem para cada mulher em 2007, passou para 1,76 em 2015.

 

No que diz respeito a sífilis congênita (SC), os números também chamam a atenção. A comunidade mundial definiu metas internacional e regional para a eliminação da SC e da transmissão vertical do HIV (TVHIV), e o Brasil, através dos Programas de DST/Aids estaduais e municipais, tem buscado caminhos para atingir estas metas (taxa de incidência de SC < 0,5 casos por mil nascidos-vivos, taxa de incidência de infecção pelo HIV por TVHIV < 0,5 casos por mil nascidos-vivos e taxa de transmissão vertical do HIV < de 2%).  No estado de São Paulo, foram notificados 28.121 casos de sífilis congênita no período de 1989 a 2016 (até 30/06/2016), sendo 3.437 casos diagnosticados em 2015. Embora 100% prevenível, a SC tem apresentado taxas crescentes e bastante elevadas, nos últimos anos.

 

Quando comparado o ano 2010 com 2015, a elevação da taxa de incidência de SC foi de 2,7 vezes, passou, respectivamente, de 2,0 para 5,4 casos por mil nascidos vivos. Adicionalmente, foi observado aumento de 3,0 vezes no número de óbitos infantis por SC, passou de 11 óbitos, em 2010, para 34 óbitos, em 2015, merecendo destaque a elevação de 34,6% entre os anos 2013 e 2014 (de 26 para 35 óbitos). ¿A ocorrência de um caso de SC evidencia falhas no pré-natal, que podem ser atribuídas a vários fatores que contribuem para a persistência deste agravo, como: a cobertura e qualidade do pré-natal, o diagnóstico e tratamento na atenção básica, a captação e tratamento de parceiros sexuais, infecção em população vulnerável, estigma e discriminação relacionados com as infecções de transmissão sexual, dentre outros¿, observa  Carmen Sílvia Bruniera Domingues,  coordenadora das Ações para Eliminação da Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis no estado de São Paulo.

 

O momento do diagnóstico da sífilis durante a gestação é muito importante para evitar um caso de SC.  O diagnóstico realizado no terceiro trimestre de gestação, por entrada tardia no pré-natal ou por aquisição da infecção no final da gravidez, pode  levar a tratamento inadequado da mãe, não evitando a transmissão para o bebê.  Em 2015, das 3.437 gestantes notificadas com sífilis, cerca de 25% (N=856) delas, o diagnóstico foi realizado no terceiro trimestre de gestação.  No ano de 2015, 39% dos casos de SC a mãe realizou o diagnóstico no parto ou após o parto. No entanto, apesar de 58% das mães terem o diagnóstico de sífilis durante o pré-natal, não foi possível quebrar a cadeia de transmissão da SC.

 

Para Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa Estadual DST/Aids-SP, ¿para que a cadeia de transmissão da SC possa ser interrompida, cada etapa do processo na linha de cuidado da gestante, especialmente na atenção pré-natal, deve ser rigorosamente cumprida. É fundamental a ampla cobertura na oferta de testes para sífilis e retorno dos resultados em tempo hábil, tratamento adequado com penicilina G benzatina para gestante e parceiro sexual, orientação para prática sexual segura e planejamento reprodutivo¿. Clara destaca que deve ser dada atenção especial às gestantes pertencentes a grupos de maior vulnerabilidade, que podem ter pouca ou nenhuma adesão ao pré-natale ao tratamento para sífilis, como: adolescentes, usuárias de drogas lícitas ou ilícitas, privadas de liberdade ou parceiras de homens privados de liberdade.

Comunicar Erro




Enviar por E-mail






Colabore


Obrigado